08 maio 2009

REFLEXÃO

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Extraímos este artigo da revista O Reformador. Gostaríamos que lesse e desse sua opinião.

FATALIDADE E DESTINO

"É o homem, por sua própria vontade, quem forja as próprias cadeias, é ele quem tece, fio por fio, dia a dia, do nascimento à morte, a rede de seu destino"  (Léon Denis)


Diante de acontecimentos desagradáveis no dia a dia, logo responsabilizamos a fatalidade e o destino, sem fazer uma maior reflexão. Mas, será que tudo em nossa vida está predeterminado? Será que o nosso destino foi traçado? Como entender fatalidade na visão espírita?
Lemos nos dicionários que fatalidade é a qualidade de fatal. E que fatal é o determinado, o marcado, o fixado pelo destino. Ou seja, é a atuação de uma força maior a nos submeter a acontecimentos que independem de nós e dos quais não podemos escapar. Precisamos refletir e ver outros pontos importantes em torno desses conceitos. Sendo a nossa intenção analisar o assunto dentro da visão espírita, vejamos o que nos diz O Livro dos Espíritos, (questão 872):
[...] A fatalidade, como vulgarmente é entendida, supõe a decisão previa e irrevogável de todos os sucessos da vida, qualquer que seja a importância deles. Se tal fosse a ordem das coisas, o homem seria qual máquina sem vontade.[...]

Concordamos com essa afirmativa, pois não nos vemos como máquinas. E se tudo já estivesse escrito, ninguém seria responsável por falta alguma, tão pouco teria mérito por coisa nenhuma. Seriamos meros fantoches e estaríamos à mercê do destino, o que nos parece incompatível com o conceito de Justiça Divina.
Fatal, na verdade acepção da palavra, só é o fato de que vamos um dia biologicamente morre, pois, quanto às outras coisas, a cada momento estamos transformando. Entendemos que o destino é quase sempre a consequência de nossas atitudes mentais e comportamentais, das escolhas que fazemos utilizando nosso livre-arbítrio. Esse raciocínio encontra explicação em O Livro dos Espíritos, (questão 859a):
[...] Não creias, entretanto, que tudo o que sucede esteja escrito, como costumam dizer. Um acontecimento qualquer pode ser a consequência de um ato que praticaste por tua livre vontade, de tal sorte que, se não o houvesse praticado, o acontecimento não se teria dado. [...]

Contudo, fatalidade não é uma palavra vã, ela está presente no gênero de existência que nós escolhemos como prova, expiação ou missão, antes de reencarnarmos, pois há escolhas quase impossíveis de serem alteradas, como as doenças congênitas, por exemplo. Conforme lemos na questão 851, também de o Livro dos Espíritos:
A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é a consenquência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. [...]

Com o uso do livro-arbítrio,temos a liberdade de alterar as escolhas feitas na Espiritualidade, pois tanto podemos aproveitá-las com resignação e superação, quanto nos revoltar, perdendo assim a oportunidade de aperfeiçoamento que estamos vivendo.
O Espiritismo nos ensina a ver acontecimentos negativos e perturbadores muito mais que fatalidade e destino; ensina-nos a ver a consequência de nossas escolhas equivocadas, não apenas de outras encarnações, mas, também da atual. Ensina, ainda, que por mais difíceis que se apresentem as situações, nós somos senhores dos nossos destinos e podemos com o uso do livre-arbítrio alterar as nossas escolhas, para trazermos o melhor à nossa existência.

Fonte: O Reformador (março 2009) Texto de José Antônio Ferreira da Silva

1 comentários:

Sandra Rodrigues disse...

É muito difícil olhar para os acontecimentos em nossas vidas, seja de ordem pessoal ou interpessoal e não perceber que qualquer acontecimento tem uma causa muito maior; onde aqueles conceitos equivocados que nos ensinaram, não podem mais ser aceitos como verdades.
Acredito em Deus, não em um Deus carrasco, que faz distinção entre seus filhos, e escolhe quem deve ser feliz, isso seria colocar por terra todos os seus atributos como: justiça, bondade, misericórdia etc., ou simplesmente, acreditar que somos levados por obra do acaso e estamos destinados a forças puramente mecânicas; será que já esquecemos a lei de Newton, que diz, que em toda ação imprimida teremos uma de volta, de igual proporção, e olha que isso é física; sendo assim, não podemos menosprezar o grande diferencial que existe entre nos e os ditos irracionais, que apresentam apenas instinto (uma inteligência limitada), e nos um grande manancial de inteligência à ser desenvolvida, trabalhada e utilizada para o nosso desenvolvimento intelectual; não esquecendo que também temos o lado moral, que influenciará em nossas escolhas; estando ai o grande desencadeador de nossos sofrimentos . Assim, prefiro crer e concordar com o autor que foi muito feliz em seu artigo, quanto apresenta um olhar espiritual que muito de nós ainda não queremos ter.

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