08 outubro 2009

Grito de Liberdade

Por Sandra Rodrigues 

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O que denominamos ser liberdade? Palavra usada por muitos que se sentem perseguidos, escravizados, tolidos e dominados por aqueles que na grande maioria das vezes são pessoas de mentes insanas e apresentam uma grande falta de sentimento de fraternidade.

Liberdade, todos almejam, todos sonham, mas que poucos, até hoje, conseguiram sentir, pois ela é uma conquista muito além das revoltas e lutas inesgotáveis de qualquer classe oprimida. É uma conquista da consciência, da razão, diria, do espírito liberto das paixões que aprisiona o ser humano.

A Liberdade é Lei Divina que se expressa em cada estágio de nossa evolução sob um aspecto diferente.

As condições a que o Espírito é submetido ao encarnar e ao longo de uma vida, seja a saúde física, seja a família e a sociedade onde nasce, seja sua cor, sua raça ou seu sexo, são todas decorrentes do sábio critério da Justiça Divina que lhe oferece sempre as condições mais adequadas à sua evolução espiritual e ao resgate das dívidas por ele contraídas com a harmonia cósmica. Cada uma dessas condições se irá expressar, desde o nascimento, como um maior ou menor grau de limitação à liberdade do indivíduo.

Sendo assim, em que condições o ser humano goza de absoluta liberdade? Diria sem medo de errar, que vivendo no meio social, essa total liberdade é quase impossível, pois em conformidade com as regras de cada sociedade, o indivíduo fruirá de maior ou menor liberdade de ação conforme a posição que ocupa na escala social. Aos poderosos tudo lhes parecerá possível, ao passo que os mais fracos se acharão restrito a um maior ou menor leque de opções, conforme maior ou menor, seja o avanço moral da organização social à qual pertencem.

Ao longo dos séculos, as diferenças de oportunidades no meio social foram um dos grandes motores das emigrações dos centros de poder para as periferias, beneficiando o desenvolvimento global do planeta, em diferentes tempos, com a latinização da Europa no apogeu do Império Romano e, nos séculos mais próximos, com a colonização européia das Américas.

Ainda com respeito às diferenças de oportunidades existentes no meio social, não há como deixarmos de comentar que elas jamais foram entrave aos Espíritos dotados de força de vontade e determinação. Tanto dentre aqueles voltados para o bem quanto entre aqueles voltados para o mal, a história está repleta de exemplos de seres nascidos em lares humildes que, com sua liberdade de ação aparentemente tolhida, lograram deixar seu nome inscrito com destaque na memória dos povos pelas grandes transformações políticas ou morais que lograram engendrar.

A inexorável marcha para frente que executa a Humanidade nos faz prever com segurança, uma sociedade do futuro, moralmente evoluída, onde as poucas diferenças de poder serão aquelas conseqüentes do adiantamento moral e intelectual de cada um. Da mesma forma, os constrangimentos sociais passarão a ser mínimo, pautados unicamente pela regra de respeito mútuo que a milenar sabedoria espiritual preconiza: “Não faças aos outros o que não queres que te façam”.

Poderíamos dizer que no pensamento goza o ser humano de ilimitada liberdade, pois não há como o tolir de pensar.

A ilimitada liberdade de pensamento de que goza o Espírito é uma formidável ferramenta com que ele forjará a qualidade de sua vida. Longe de ser para todos, no entanto, bálsamo seguro a lhes minorar os sofrimentos e conduzir à inalterável harmonia, essa ilimitada liberdade de pensamento constitui para muitos, ainda atrasados no caminho evolutivo, força terrível a lhes causar as maiores atribulações.

Pensamentos levianos e viciosos geram doenças psíquicas de maior ou menor gravidade, podendo, até mesmo, apresentar graves reflexos no organismo físico. Entre aquelas que se constituem reflexos psíquicos sobre o organismo físico, temos as úlceras, as cardiopatias, os acidentes vasculares cerebrais e as diversas formas de tumores malignos que tanto atormentam a Humanidade. Além dos males que o livre pensamento possa causar ao próprio indivíduo inconseqüente, há, ainda, todos aqueles que ele poderá fazer a outrem.

A consciência do ser humano é o conjunto de princípios éticos que acumulou ao longo de suas vidas, sendo particularmente enfatizados aqueles decorrentes de sua formação na vida em curso. Influem, portanto, na formação da consciência, os fatores família, escola, sociedade e meios de comunicação, que irão alterar, em maior ou menor grau, para melhor ou para pior, os princípios que o Espírito houver trazido de suas vidas pregressas.

Todas as ações que o ser humano desempenha ou deseja fazê-lo em uma vida são, portanto, aquelas que sua consciência lhe permite fazer. É a consciência que dirige o livre-arbítrio. Enquanto este lhe aponta o que ele pode fazer, aquela lhe indica o que lhe convém.

O livre arbítrio de que goza o ser humano, portanto, não é total. Se, por um lado, ele pode escolher a cada tempo qual ação irá fazer, por outro, não lhe é permitido escolher qual a conseqüência que a ação empreendida irá ter em sua caminhada.

Portanto, não são apenas fatores externos que tolhem a liberdade espiritual do ser humano, senão também seu próprio grau de evolução.

CONCLUSÃO

Enquanto o ser humano permanecer apegado às sensações físicas e preso à matéria procurará ele, inutilmente, encontrar a Liberdade no seu exterior: na indulgência do juiz, na tolerância do poderoso que a sua temeridade fez desafiar, na expressão do pensamento que lhe outorga a democracia, na igualdade de direitos prometida pelo socialismo, na cura da doença que o oprime.

No entanto, somente quando despertar para a Verdade, tornando-se cristão, logrará ele obter a verdadeira liberdade, a Liberdade Espiritual. E uma vez alcançada, essa Liberdade ninguém, jamais, dele conseguirá retirar.

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